quinta-feira, 5 de março de 2009

Heróis


Cada um tem uma visão sobre super-heróis.
É particular.
Uns de um tipo, outros de outro.
Uns usam capas e cueca por cima da calça,outros usam farda, ou calça social e camisa.
Uns se incomodam com criptonita, outros com pedras na vesícula.
Uns falam inglês com legenda, outros um simpático gauchês.
Uns voam, outros lhe dão chá adoçado na xícara.
Uns tem visão raio-X, outros arrumam sua cama pra você dormir.
Uns tem jatos supersônicos, outros um fusquinha 68, lindo.
Uns soltam laser dos olhos, outros assoviam sempre que chegam.
Uns vêm de outro planeta, outros ali do Rio Grande mesmo.
Uns têm cintos de utilidades, outros pegam seu boletim na escola.
Uns têm carros fantásticos, outros assam um churrasco como ninguém.
Uns dobram barras de ferro, outros dobram os joelhos todas as noites.
Uns congelam lagos inteiros, outros aquecem qualquer coração.
Uns tem uma força tremenda, outros também.
Uns são de mentirinha, outros são reais.
Uns ficam invisíveis quando querem, outros inesquecíveis sem querer.
Uns você chama de super-qualquercoisa, outro você chama de pai.
---
Vai com Deus, meu velho.
Ah, já estás com ele. Aquele abraço.
---
Que passa? (como o Calsa, coisas que aprendi desde o último post)
- Um dia o contrato vence, e nunca é a hora apropriada de vencer.
- Que não é fácil construir uma história que dê orgulho.
- Que amigos de verdade estão ao seu lado na parte difícil do causo.
- Que amigos são histórias ambulantes, inclusive do seu pai.
- Que a ausência vai ser sentida como nunca.
- Que a presença continuará a ser sentida. Como sempre.
---
Osso...
- pra lembrar: Porca Véia - "Lembranças"
- pra lembrar denovo: Mano Lima – “Meu pai”
---

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cabeça Vs. Coração


Comportamento. Quem compra o quê? Por quê? De que jeito?
Como disse Alex Periscinoto (publicitário, um dos fundadores da Almap), “se há lugar em que a teoria da relatividade se mostra em toda plenitude, é na avaliação de determinados comportamentos humanos.”
Comportamento humano. Que raio de coisa é essa? Quem decifra? Quem saca e se dá bem por isso?
Tem gente que faz leituras das falas, dos gestos, dos textos, de tudo mais. Em boa parte das vezes saca tudo de maneira furada, e leva por certa. E passa pra frente. Deus... Perdoai-os, pois não sabem o que fazem.
Falemos da complexidade? Não. Mas falaremos. Outra hora.
Agora não há saco nem capacidade. Envergadura intelectual o suficiente. Por enquanto. (Fica aqui a dívida registrada do “post complexidade”).
Sabe onde mora a chave de tudo isso? Fica mais ou menos no meio do seu peito. Costumava-se dizer que era do lado esquerdo. É. Aí mesmo onde você pensou. Você não é uma máquina.
Porque a Harley-Davidson vende tanto? Porque lucra zilhões e constrói a cada dia sua marca e a deixa entre as maiores e mais valiosas do mundo?
E quase numa relação “vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais”, a Harley é a Harley. E vice-versa.
É coração, meu querido. É isso que faz toda a diferença. A grana e tudo mais tá em segundo plano. Vem por conseqüência. Em todo e qualquer campo.
Quem vai até uma das lojas Harley-Davidson não quer comprar uma moto. E como bem disse o Periscinoto, a Harley não é uma moto: é um mito sobre rodas, uma lenda. Quem compra uma Harley compra um comportamento. Uma postura. Quem anda com uma dessas não se locomove: faz um discurso não-verbal. Absolutas verdades, grande Peri. “Tenho uma HD. Sou rebelde, sou livre, sou o cara” – e confesso, às vezes eu acredito nisso. Mesmo quando personificados em velhos barrigudos, vovôs, levando a secretária na garupa pra um “congresso em Minas”. Não só porque sou fã do design e do ronco das motocas: mas por ser fã da atitude.
Se no momento de uma compra o cara fosse só a cabeça, ele comprava uma moto japonesa. Mais tecnologia, mais economia, mais velocidade. Num design que É lá essas coisas. Mas acontece que estamos falando de coração. Quando se fala desse cara, aí a Harley sova a concorrência oriental. E ocidental, e marciana, e etc.
Anos de construção de marca. De personalidade. Ditando o que é certo ou não nesse mercado e sendo seguida. Ou não. Mas enfim, numa postura firme. Posicionamento. Na mente das pessoas, mas principalmente no coração.
Esse é o jogo. A essência. Eu busco isso. (Não a Harley, ou melhor, não só a Harley. Mas o caso é fazer uma Harley ao invés de 200 Kasinski – me perdoe a kasinski, que também é uma graça). Fazer tudo de coração.
Porque quando se faz de coração, queridão, faz-se melhor. Romantizadamente. Mais caprichado. Faz-se com amor. Faz-se lovemarks.

Que pasa? (como o Calsa, coisas que aprendi desde o último post)
- Donos de Harley-Davidson podem ser malvadões de faz-de-conta.
- Velhões barrigudos de escritório tem chances maiores de ter Harley do que carinhas de 20 e tantos.
- Fazer de coração é sempre mais maneiro.
- Fábulas podem ser muito próximas da realidade.
- E podem ser escritas em poucas páginas de Word.
- O mundo arródia, meu velho.
- Fale se você quer ouvir. O contrário também funciona.


Osso...
- pra relaxar: Pantera – “walk”
- pra agitar: Beto Barbosa – “adocica”